Sobre Helena Bezerra

Minha História

A arte sempre esteve presente em mim, desde de pequena tinha o hábito de levar comigo um caderno e canetas, independente do lugar, eles estavam ali caminhando nas minhas mãos. Este costume cresceu comigo até aqui. Quando criança, sonhava em ser um daqueles grandes artistas que ouvia com tanto entusiasmo nas aulas de artes, mas com o passar dos anos esse lado da minha vida foi estado cada vez mais no “banco dos reservas”.

Ouvi e absorvi coisas que me fizeram acreditar que talvez não seria o melhor caminho a se traçar, errada estava por ouvi-los. Estudei na área das ciências quando estava no secundário, mas ouvia com uma certa frequência uma voz sussurrando no meu ouvido a dizer que não era esse o caminho. A pandemia se instalou no mundo e consequentemente a altura que fomos como população, convidados a estarmos por tempo indeterminado em nossas casas.

Tempo este, onde fazia tanta coisa e ainda faltava metade do dia para passar. Lembrei-me numa tarde que dantes gostava de desenhar, foi uma mistura de estranhamento e felicidade voltar para o lugar onde nunca deveria ter saído. Por mais que estivesse quase no fim do curso, algo em mim confirmava para onde eu deveria seguir. Concluí o que estava por terminar, mas com a certeza que nas artes era o meu lugar. Desde então, sigo nesse caminho de adquirir conhecimentos e ampliá-los também, licenciei-me pelo percurso e conheci pessoas das quais carrego comigo até hoje, como inspiração de artista e pessoa.

Professores dos quais abriram meus olhos e me corrigiram ao longo destes três anos que lá estive. Grata sou por cada um deles. Entre exposições coletivas, menções honrosas e residências artísticas, hoje me encontro a explorar esse meio abstrato da experimentação e texturas com grandes influências no cubismo.

Filosofia Artística

Trabalho com a convicção de que a beleza pode ser encontrada em qualquer lugar, bastando apenas um olhar atento e sensível.

Acredito que a arte em si não transforma ninguém, mas tem o poder de ser o canal de transformação. Se a mesma não causar um certo desconforto cá dentro de tal maneira a gerar uma mudança em ações e forma de pensar, a arte de nada serviu. Uma descarga de emoções, sejam elas de deslumbre pelo belo ou desconforto é necessário para que haja em nós um despertar para algo.

A arte não tem poder para mudar mas é um meio importe para que a mudança aconteça. Transbordo daquilo que estou cheia, derramo parte de mim e do que acredito em cada criação. Por este motivo cada linha que traçar, será um fragmento de mim deixado para o mundo. A interpretação que chegará no coração de cada um que com eles estiverem presentes, dependerá essencialmente da bagagem que carregam com eles. Esse é o mais belo da arte, ela fala de forma individual com cada um de nós.